REUNIÃO DA CÂMARA ESTADUAL DA PALMA


Com uma pauta robusta, a Câmara Estadual da Palma se destaca no CONSAGRO

Belém, 23.06.2017

Aconteceu ontem na sede da Federação da Agricultura (FAEPA), em Belém/PA, a reunião da Câmara Técnica da Palma, presidida por Diego Di Martino (ADM). Participaram da reunião cerca de 50 pessoas representando as mais diversas instituições públicas e privadas, tais como Abrapalma, Emater, Semas, Sedeme, CNA, Sedap, Nortegeo, Sectet, Petrobras e empresas produtoras de óleo de palma. Na pauta, temas como técnicas de cultivo, tratamento do solo e poda e conciliação de conservação e produção.

 

Ricardo Tinoco (Agropalma) foi responsável por apresentar ao grupo técnicas e procedimentos inovadores praticados em países como Equador, Colômbia, Honduras e Costa Rica, numa espécie de intercâmbio técnico a partir de visitas recentes a esses países. Entre as novidades estão o aumento da produtividade em espécies híbridas; uso de vara de carbono para coleta, com maior alcance e menor peso; polinização assistida; e produção de híbridos sem necessidade de intervenção manual. Na ocasião os participantes puderam fazer questionamentos e trocar impressões sobre as novidades apresentadas.

 

O Secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, Dr. Giovanni Queiroz, que também preside o Conselho do Agronegócio (Consagro) esteve presente ao evento e declarou que a palma de óleo é um dos arranjos produtivos mais importantes para a economia do Estado do Pará. Segundo ele, o setor pode contar com a Secretaria, que sempre estará de portas abertas para o setor. Aproveitando o gancho, Roberto Yokoyama (Denpasa) pediu ao Secretário que a cultura seja vista como uma política de governo, com planejamento de médio e longo prazos, no que foi complementado por Diego Di Martino (ADM), que enfatizou a necessidade dos pequenos agricultores, que um dia acreditaram na cultura, precisarem de apoio, especialmente quanto a linhas de financiamento e crédito.

 

Na sequência, o grupo assistiu a uma apresentação da Aliança Natura-CAMTA-Embrapa-ICRAF sobre um projeto relacionado a Sistemas Agroflorestais em região de influência da palma, cujo objetivo é incentivar a agricultura familiar pela diversificação da produção, ou seja, conciliar conservação com meios de vida de garantam a fixação do homem ao campo. O projeto é financiado pela USAID, organismo americano destinado à liderança de projetos em outros países.

 

Para Andrew Miccolis, gestor do projeto no Brasil, a ideia central é integrar esforços entre o setor privado, público e instituições de pesquisa visando apresentar um estudo de valoração ambiental quanto à integração de espécies em sistemas produtivos integrados. O projeto se desenvolve em uma área de 18 hectares, a partir de 3 módulos de 6 hectares, e apresenta o consórcio da palma com diversas espécies, entre as quais o cacau, bastante dependente do sombreamento que a palmeira pode proporcionar. O experimento traz como primeiras lições positivas a constatação de intenso uso de mão de obra, alta produtividade das espécies envolvidas e alta rentabilidade. O grande desafio da Amazônia, segundo Andrew, é encontrar maneiras de conciliar conservação e produção e isso o projeto pode ajudar apontando como caminho o sistema agroflorestal de produção. Na ocasião a Abrapalma foi convidada a integrar o conselho consultivo do projeto, o que deve acontecer nos próximos dias.

 

Marcello Brito (Agropalma), atual presidente da Abrapalma, também esteve presente à reunião e na ocasião relatou a semana de discussões da qual participou em Londres a quando do encontro europeu do RSPO (Roundtable on Sustainable Palm Oil, ou mesa redonda da palma). Em destaque, duas importantes discussões, uma sobre a revisão de critérios e princípios da organização, com a inclusão de novos mecanismos de monitoramento do desmatamento como o HCS (High Carbon Stock), e o protagonismo do debate sobre as condições de trabalho na cadeia da palma. Aproveitando o ensejo, Marcello conclamou a todos os associados Abrapalma a participarem da agenda de valorização do trabalho decente na cadeia da palma brasileira. “Essa é uma grande oportunidade de estarmos na vanguarda das discussões internacionais e dar exemplo ao mundo de que o melhor óleo de palma está aqui, é o nosso”, afirmou o presidente da associação.

 

O último tema a ser abordado pelo grupo foi sobre a necessidade de esclarecimentos entre a teoria e a prática do licenciamento ambiental a partir de um nivelamento entre questões técnicas e jurídicas. A representante da Semas se mostrou bastante receptiva e a ideia é levar adiante, possivelmente via GTPA2030 que é uma iniciativa do Estadual, a realização de encontros periódicos e a elaboração de manual de práticas adequadas para CAR, LAR e PRA.

ASCOM – abrapalma@abrapalma.org, www.abrapalma.org

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