ABRAPALMA

Diagnóstico da Palma de Óleo brasileira

Os óleos extraídos da Palmeira Elaeis guineensis estão entre os mais produzidos e comercializados no mundo. A produção mundial de seus óleos cresceu mais de 300% em 20 anos e cerca de 80% está concentrada em dois países do sudeste asiático, Malásia e Indonésia.

Os óleos são empregados principalmente para fins alimentícios. No Brasil o uso alimentício é de 97%, enquanto no mundo esta proporção estava em mais de 70% em 2013, e 76% em 2003. Os números refletem o aumento da aplicação dos óleos em novos mercados, incluindo o energético.

As regiões tropicais úmidas reúnem as condições climáticas ideais para a cultura, contudo estas áreas abrigam, geralmente, ecossistemas sensíveis do ponto de vista ambiental. No Brasil, a cultura passou por um ciclo de expansão, a área cultivada de pouco mais de 103 mil ha em 2009 foi ampliada para 226 mil ha em 2016, sendo o estado do Pará o principal produtor de palma de óleo.

Deve-se destacar que a expansão seguiu rígidos critérios ambientais. As terras empregadas na expansão da cultura respeitaram o Zoneamento Agroecológico, que delimitou as áreas com condições adequadas de solo e clima e que se encontravam desmatadas, ou antropotizadas. Segundo o zoneamento, o Brasil possui mais de 7 milhões de hectares antopotizados e com condições ideais do ponto de vista de solo e clima para a introdução da cultura da palma de óleo.

Assim, a Palma de Óleo no Brasil é uma alternativa de recomposição da cobertura vegetal que captura de gases de efeito estufa e gera emprego e renda. O desenvolvimento de pesquisas para aprimorar o manejo da cultura e aumentar a sua produtividade é realizado e deve ser mantido, de forma a melhorar ainda mais os benefícios ambientais da atividade.

A cultura é intensiva de mão de obra, sendo que os seus trabalhadores estão protegidos por um arcabouço legal que busca garantir condições adequadas de trabalho.

Por ser uma cultura perene, e demandar um elevado financiamento inicial, foi necessário adequar as linhas de financiamento existentes para atender às características da Palma. O processo de aprovação e liberação de crédito pode ser considerado, de certa forma, como uma instância de fiscalização, pois para a aprovação do mesmo é exigido, entre outros requisitos, o atendimento da legislação ambiental.

Considerando o volume importado e a demanda potencial para o óleo de palma, incluindo a produção de biodiesel, o Brasil necessita ampliar muito mais a sua produção e possui área para tal expansão. Contudo, o processo deve manter a sólida base ambiental que marcou seu ciclo recente de expansão, considerando, além do zoneamento agroecológico, a situação fundiária e os aspectos sociais.

Desta forma, pode-se garantir que a produção brasileira de Palma de óleo é sustentável e acarreta em benefícios ambientais, sociais e econômicos às regiões de cultivo que são transmitidos aos produtos alimentícios, químicos e ao biodiesel produzidos a partir de seus óleos.

Veja algumas vantagens da palma:

  • Produz até 10 vezes mais do que outras oleaginosas;
  • Bem orientada, seguindo os critérios sociais e ambientais exigidos pela legislação brasileira e pelos modernos critérios internacionais de sustentabilidade, a cultura do óleo de palma pode ter importante papel na redução da pobreza das regiões produtoras;
  • No Brasil, só pode ser plantada em áreas degradadas, que não teriam outra utilização;
  • Pode ajudar no sequestro de carbono, contribuindo para mitigar os problemas relacionados às mudanças climáticas.