DIÁLOGO SOBRE SEGURANÇA AVANÇA NO SEGMENTO DA PALMA DE ÓLEO

Belém, 24.04.2017
Como resultado de mais uma frente de diálogo aberta pela Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma) aconteceu ontem em Belém, no Núcleo de Projetos e Convênios da Secretaria de Segurança Pública (Segup), mais uma reunião entre representantes dos setores privado e público.
O objetivo da conversa dos empresários com os Coronéis André Cunha e Seráfico foi discutir alguns problemas relacionados ao tema da segurança que afetam o cotidiano das empresas nos Municípios produtores de óleo de palma. Entre esses graves problemas, destaque para a invasão de áreas de Reserva Legal, o que representa sérias ameaças para o meio ambiente, principalmente se considerarmos que estamos falando do bioma Amazônia.
De fato, os associados Abrapalma têm adotado medidas para proteger áreas de floresta nativa, tais como o cercamento e a contratação de vigilantes. O investimento é alto, mas devido à extensão das áreas que devem ser protegidas as empresas têm perdido essa batalha e sofrido vários achaques de grupos oportunistas.
“Muitas das nossas áreas de Reserva Legal têm sido visadas por grupos que buscam se apropriar criminosamente do patrimônio rural. Isso é grave, notadamente no Estado do Pará, marcado por intensos conflitos no campo que nós, da palma, decididamente não queremos ver em nossas estatísticas”, afirmou João Menezes, Vice-Presidente da Abrapalma. Para ele, o fato dessas áreas estarem distantes dos centros populacionais, ou seja, com menor patrulhamento do Estado, faz com que sejam alvos fáceis. “Aliado a isso vem um segundo crime, que é o de venda ilegal de ativos florestais”, afirmou João Menezes.
O Cel. André Cunha concordou que o problema é grave e requer atenção e atuação do poder público, mas ressaltou que sem estrutura e com o efetivo de policiais que hoje integra a corporação fica difícil cobrir o território paraense. “A solução, portanto, é construir parcerias com empresas e comunidades locais”, afirmou o militar.
Iêda Fernandes, Secretária Executiva da Associação, informou que um primeiro piloto já foi desenhado com a Vale/Biopalma e que o caminho agora é desdobrá-lo para duas outras empresas, Agropalma e Denpasa. Com isso, a ideia é cobrir alguns dos principiais Municípios produtores de óleo de palma: Acará, Abaetetuba, Concórdia, Santa Bárbara, Santo Antônio do Tauá, Tailândia e Tomé-Açú. Tais parcerias, afirma, visam colaborar com a estrutura necessária à atuação das forças policiais, civil e militar, com o fornecimento de combustível, meios de locomoção (carros, motos e lanchas), alimentação e hospedagem dignas para os policiais.
Como encaminhamentos, o grupo ajustou uma agenda de trabalho que inclui a elaboração de diagnóstico pelas empresas. A próxima reunião ficou para 22/03.

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